A Estrada IV
Este é o teatro sem gestos
O teatro da memória sem factos
A retirada oblíqua da luz
Para o não cair do pano
Mas sim para o cair da escuridão
Que é também um pano
Esta é a poesia atroz
Que se demarca no nosso intento
De escrever o mundo
Como se este tivesse parado
E nós o fotografassemos
Sem espreitar pela objectiva
E no rolo ficasse gravada
A intenção
Este é o caminho que seguimos
Na nossa mente
Para chegar à recordação
Esta é a corda no poço
E nesta estrada vamos
Vamos como quem vai para algum lado
De onde não há recordação de termos partido
E ainda menos a intenção de chegar
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