terça-feira, 20 de novembro de 2007

A Estrada IV

Este é o teatro sem gestos
O teatro da memória sem factos
A retirada oblíqua da luz
Para o não cair do pano
Mas sim para o cair da escuridão
Que é também um pano

Esta é a poesia atroz
Que se demarca no nosso intento
De escrever o mundo
Como se este tivesse parado
E nós o fotografassemos
Sem espreitar pela objectiva
E no rolo ficasse gravada
A intenção

Este é o caminho que seguimos
Na nossa mente
Para chegar à recordação

Esta é a corda no poço

E nesta estrada vamos
Vamos como quem vai para algum lado
De onde não há recordação de termos partido
E ainda menos a intenção de chegar

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