quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Margarida

Nasce para morrer envolta no seu pecado,
Amor que não renasce, é filha sem fado.
Sentindo imagens em corpos que apodrecem,
Insultos são doces que não morrem nem cessam.

Corpo num copo, afogado na mágoa,
Peixe que percorre em vão a lagoa,
No fundo arca e ouro, piratas de outrém,
Dão luzidia imagem ao reino além.

É amor, é mago, é calor é insulto,
Arranhar cego de sangue dum vulto,
Saliva doce que envolve e petrifica,
Toque de gesto que ao partir, fica.

No teu corpo, nome e alma,
No teu ritmo de aceleração e calma.
Na solidão o coração não pára, ama
O sol que aquece o lençol frio da cama.

A cada manhã,
cada pomba renasce, vã,
para morrer na noite fria de frio,
na penumbra da nuvem de brio
que o sopro do vento esculpe,
para no ciclo em que pecava,
Deus desculpe.

Amor, vive, vive e vive, para adormecer um dia,
e tornar-se a história da passada memória, que foi magia.

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