sexta-feira, 4 de julho de 2008

Não. Nem aqui sou verdadeiro. Estranha forma de me criar, escondendo-me. Nada do que está escrito é verdadeiro, é essa a verdade. E não é por não se tocar a mão ou não se olhar no fundo dos olhos, ou por haver sempre uma distância entre o que acontece cá dentro e o que é escrito pela caneta não ser tão rápida como o pensamento ou não ter a ínfima parte da tinta que tem o sentimento. Não! Nada disso. Nós somos mentira.
Por mais voltas que dê acabo sempre por não atingir a verdade. Mas eu vou ousar tentar! A paixão, conjunto de circunstâncias, desde o mínimo movimento do nosso dedo mindinho às duas horas antes de ela aparecer, à reacção química que ocorre no cerébro à casualidade da caneta cair ao chão com o nosso nervosismo. Não é mais do que o que é: nada. Circunstância. Mera acção num espaço e num tempo. Nada mais. Não há diferença entre uma paixão e um carregamento de palha ir caindo à medida que a carroça avança.
Já o sentido eu atribuímos às coisas é nulo e não muda o rumo ou os factos da realidade. Muda a forma como os vemos e uma ou outra reacção. Mas nada deixa de existir na sua forma mais pura.

Algures em 2007

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