A Estrada II
Sempre quis olhar para ti de frente
E dizer-te alguma coisa de interessante
Parecer o mundo e a atmosfera de um filme
Rodear-nos como uma nuvem de palavras
Que qualquer espectador presta atenção
E sentir os olhos do mundo em nós
A tentar escutar o que dizemos
E a sentir este aroma de café na sua boca
Estamos de passagem afinal
E tudo isto demora tão pouco
Que se abre em nós a expectativa
E fecha-se logo de seguida
Calma, tem calma meu amor
O som deste piano é efémero
Mas algo nos sussurra no silêncio
Que todo quanto ama é eterno
Assim, devagarinho, procuramos dizer
A nós mesmos, entredentes
Entre as vestes e as posses captadas
Que algo que nos suporta é maior
Que a força que mantemos nas pernas
E nos mantém na verticalidade
Olhando o horizonte como se este
Também traçasse uma linha vertical
Que liga a nossa estrada ao céu
E a nossa estrada escureceu
Nós ficamos a caminhar
Depois deste alcance de vitórias
Nas nossas palavras e olhares
Que estendemos um ao outro
Em amizade
E felizmente há um lugar ao fundo
Que nos inspira a confiança para entrar
E nós entramos sem perguntar
O que vai acontecer a seguir
1 Comentário:
ola!!
Enviar um comentário