domingo, 15 de julho de 2007


Vida. Encontro. Despedida.
Orla destruída e incapaz.
Morna a face que traz
A lua de sol embebida.

Perseguição. Órion. Céus.
Um. Dois. Teus.
Olhar pela sombra dos véus
A luz fornicada de deus.

Olhos, receptores da arte,
Do espírito e da força
Quente, sangue, e à parte,
Carne perdida, criança.

Vago? Não, nem verdade
Superior à dos olhos.
Olhares são vagos sonhos,
Real só a tarde e a saudade.

E é tarde a parte que compõe
A nossa recordação que esmorece
No canto do quarto que dispõe
Memórias e sonhos de que carece.

Nada.

Vaga? Vagamente são desejos
Do pintar os lábios transformados
em beijos.

E é tudo uma questão do tempo
Que damos ao espaço e do espaço
Que damos ao tempo, um momento
Construído pedaço a pedaço
Que segura o firmamento.

Vida. Sim, no fim é o encontro
Dos milénios mais que mil
Que aqui nos trouxeram ao ponto
Da despedida ser febril,
E não há memoria capaz
De aplaudir este e verso:
Cada frase é universo
E cada sentido o desfaz.

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