quarta-feira, 26 de abril de 2006

Falta à voz a cria insensata,
O conhecer atroz, a vida de prata.
Caminho de sós de vagos planos.
Caminho de paz, amor e enganos.

Trava a solta liberdade que desdenha
O fumegante sonho insípido e insalubre.
Pensamento puro que desenha
Imagens que naufragam a milhas do deslumbre.

Algo sente por nós, algo nos rouba
(Lá vão milénios, lá vão, e foram!)
Todos os cortes d'alma de quem louva
Deuses de pecados que em dor nos cobram.

(Pintura: Francisco Goya, La Maja Desnuda.)

Outra que não esta
Sensação pura e nefasta,
De um outro regresso que demora;
Um regresso a outro outrora.

Sonho agora que desperta
A ínfima tarefa, poder que desconhece
A força quase incerta
Da certa força que tudo amanhece.

Importante? Que importância
Humana mais que a crueza nua
De ter por salva a ciência
que apenas salva quando actua?

terça-feira, 25 de abril de 2006

O fim do resto

(...)
Que me importa isso? Que me importa que me importe?
Não me importa nada
Porque eu estou além da vez que passou.


Tristes passos dados no caminho
Alegres as vozes que nos fazem chorar
Na vez de estar aqui a receber a herança dos antepassados
Mortos
Passados
Enterrados
Quem viu a grande explosão de tudo isto?

Aqui de soslaio para a caixa mágica, explodem mil milhões de parvoíces na alta tecnologia, ao serviço da nova arte comercial. Publicidade, obras mainstream da classe social dominante. Serviço para nos criar de novo. E o que é imprevisível? Qual será o homem de hoje que será amanhã enaltecido? Há sempre um rosto por mais que nos tentem confundir com esta liberdade. Privaram-nos da liderança. Privaram-nos do ideal, do fanatismo… de acreditar! Espalhados à nossa voltam estão quadros em branco, vazios, sem qualquer conteúdo. Querem-nos vender, comprando-nos.
Era tão bonita a palavra união. Afirmação. O grito exaltado da revolta por alguma coisa. Hoje são cacos espalhados no escuro do ar que respiramos. Ínfimos pedaços que nos esquartejam o interior. Prendam esta liberdade que anda à solta. Caso contrário, eu vou-me sentar aqui, e tentarei não pensar em nada.

A Moral de Kant

A moral é querer
Sem vontade
De estar.
É ter partido
E ficar.

Moral é sair
E entrar
Com paixão.
E como sempre
Dormir no chão.

Moral é abdicar
O tudo
Pelo nada.
Sem ter em conta
O fim da estrada.

Moral é tornar
Divina
Nossa sepultura.
Viver na claridade
Da noite escura.

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Sanakebite

Intolerant, intermissions among parallel worlds
Reached your subconscious with cognisant things,
Invisible lines, blockades, force; break links.

The link of the life,
Wicked but well,
Life, ego, farewell,
Calculate your evidence!

Destiny walks,
Feel this movement sensation,
When you draw, tracing the saw,
You get to set the encouragement.
The event turn into a enigmatic element.
Hug the mystery, tic tac time sta-tic.

You got the time. You hold the time.
You better close all the doors that grip the line.

Tic Tac
Time
Sta-Tic

Emphatic
For the time and space, lost, closed, captive in the attic.

Notice that everything freezes in your mind.
Notice that your mind freezes on everything.
Notice the freeze when your mind is everything.

You fall… the angel no longer looks after you, simply remain.
You are at random, the destiny doesn't sound his echo in this present incarceration, the wind doesn't blow trough these walls of dogma.

How couldn’t you find this fun…
The snakebites, it has the poison you rear…
You’d kill the man givin’ him the gun…
When it bites is the death, and the bite is the fear…

The ego, in him embarks to the infinite,
Until you sink in the life structure,
Resurrect in the death of the myth.
Reach the end, without departure.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Abre-se a cada segundo em mim
Como uma fenda na terra do fim
Fecha-se a cada segundo
a voz
E engole o mundo
a fundo
a cruz

O paraíso descobre-se no encobrimento
De um tempo que morre que vem e não há
No espaço do vento que sopra mas não vá
Levar-me à distância da irrespirável ausência

És numa palavra tu
És a que vem encoberta
És a que esconde
A que abafa
E deixas a porta aberta

Dogma

Conjunto de circunstâncias e determinações, cujas determinações são circunstanciais e em que as circunstâncias são determinantes para uma fatalidade emparedada por paredes infactíveis de força superior à vontade, e mesmo à razão, tornando-se vontade e razão por força, não da irracionalidade e ataraxia, mas de uma razão involuntária, e de uma vontade não racionalizada.

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