terça-feira, 11 de março de 2008

Marés

Tudo se reflecte na janela
Tudo se espelha quando esta está aberta
Sai de mim um pedaço que revela
Toda a montra e eu abraço todo o passo que desperta
Na dura realidade já ouvida
Que deixa ouvir e não sentida
A não ser que os nossos ossos sejam algo mais que a vida
E a nossa vida seja vasta e garrida
E agarramos nos momentos nosso rosto
E afagamos nosso ego neste gesto
De vulgar cerimónia infalível
Um olá lançado ao lago irrepetível
E na história se repetem outras histórias
E as memórias são as horas contestadas
Pelo presente que se arrasta pelas glórias
De outras armas e batalhas já vencidas
Nestas ruas ao futuro preferidas
Escoam em vão as nossas feridas
Que é a realidade sem a dor ou a paixão
E a verdade que não se deixe cair ao chão?
Eu preciso desse vulgar paraíso
Para saber contar o ar do teu sorriso
Essa palavra que não vem e está deitada
Sobre a laje de uma vaga caminhada
E tu assistes como dizes? abismada
Pela rua pela aragem pela estrada
E sorriste uma vez já mais atrás
Agora a hora é vaga e fugaz
E o tempo é pensamento que desfaz
A característica rebelde de um passado
Que foi e já não é compassado

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