terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Ontem

Vejo-te. Ignoro. Significado? Nenhum.

À tua espera, no mesmo café de sempre, na mesma mesa encostada à parede, naqueles bancos nada confortáveis, confortávelmente impaciente aguardo enquando fumo um cigarro pacientemente. Peço uma cerveja e bebo-a não menos pacientemente. Acendo mais um cigarro e lá apareces. Trazes um brilho nos olhos que não engana ninguém, ris-te e eu dou-te um beijo qualquer. Depois vem mais gente que fala connosco e até fica por ali, naquela mesa, a falar de coisas totalmente insignificantes porque o que importa ali somos nós. Eu estou feliz e sei que embora não saiba o que se vais passar a seguir, não pode ser mau.
E isso é metade da felicidade que trazia. Contudo sei que não sabia metade e que sentia o dobro, sim, ou mais, sentia tanto e pensava tão menos.
Continuamos a beber, algumas coisas vão rodando, nós sabemonos seguros, sempre no mesmo sítio, sempre no mesmo mundo, nada sabia mudar, nada acabava, tudo se prolongava ecoando pelos nossos olhares. Não havia fim para aquilo que éramos. Inocentes e às vezes ignorantes, mas isso era tão bom, sabiamos que os limites não existiam e nós nem punhamos isso em questão! Hoje sabemos que o limite começa logo na questão que pomos nas coisas. Não vou discutir isso sequer, porque sei que não volta e recordar vai sendo necessário e bom, apesar de toda a imagem vir desfocada e com a côr desbatida. Não importa porque está cá dentro. Isso sim tem valor.

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