domingo, 3 de dezembro de 2006

Sou vago
Sou disperso e errado
Desconcertantemente ilógico
Sou, na verdade, real.
Desço escadas para sair do que é mais alto
E encontro no fundo a vertigem de existir.

Ah, existir, esse prazer de sol e chuva e ar!
Essa clara cegueira de luz e intensa palpação!
O arrepio das horas e dos espaços vazios, tão
Preenchidos quão vazios, de querer e desejar,
Olhares perfeitos para a imperfeição
De sermos tão reais e verdadeiros em vasta certeza.
Ritmos insatisfeitos no passeio que damos em nós mesmos
E na volta que damos para preencher o único circulo perfeito
O cíclico regressar ao estar de partida.

Baixo os olhos para a fraca luz que compõe o quarto
Olho as minhas mãos e todas as possibilidades que ela proporciona
Todo o infinito toque que é em si
Toda a paixão de perseguir no passo apressado
A vida que corre de nós na lentidão de lágrimas
Todo o gesto perdido no espaço errado!

Uma voz que era de ontem
Deixar-me esvaziar no eco irrepetido
Da repetição constante de tudo o que era inválido.

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