sábado, 28 de janeiro de 2006

Não durmas, adormece,
Lembrando todo o dia que passaste
Na companhia de quem mais merece.

Depois, ao dormir, no silêncio, na calada,
Junta em ti todo o mundo que quiseste,
Mas não chegou na hora desejada.

Mas não deixes que abruptamente o sonho se interrompa,
Quebra o precipício entre o sonho e a realidade,
E abraça o dia com o sono de um dia que se apronta.

Não te digas aquilo que vais conhecer cada manhã,
Porque acabas a conhecer apenas a reprodutibilidade
Do artifício humano e da repetição, que mais que tudo, é vã.

E por vã vais tomando esta viagem,
Entre a vida que pelo imprevisível te é dada,
E que ao repetires o mesmo gesto te degrada,
Trocando o passageiro pela bagagem,
Do que pensas ter nesta passagem,
Mas que ao passar sabes ser nada.

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