sábado, 7 de janeiro de 2006

Ervas Aromáticas

Quando algo morre em nós,
A luz apaga a alma transparente
E o pensamento deslizante
Desliza-nos pela quase voz

Ervas aromáticas no fundo
Passeando na água fervida
Cores e amores são a comida
Que alimenta o meu mundo

Não acredites no fecho
Espampanante da janela
A alma é a livre na cela
A bela miúda sem nexo

Ah quantas sílabas cronometradas
Quantas pobrezinhas amadas
Quantas rainhas naufragadas
E quantas princesas fechadas
E quantas conversas mantidas
Por entre olhares e vidas
Que mantêm a distância certa
Entre as vidas olhadas
E os olhares que se acerta

Querer conhecer profundamente
Nunca foi grande virtude
O especialista negro e rude
Cego da vista á amplitude
De todo o amor aparente
Que é o amor de gente
Não esse amor insalubre
Esse amor sem amante
Esse amor incessante
Que nem chega ao deslumbre

Amor é coisa pouca
Para quem a sede imensa
De descobrir o que pensa
Lhe humedece a voz rouca
Mas esse sentimento cansa
Esse que humedece a vista
Pálpebra fecha e coração despista
Troca o destino por uma dança
E nada mais já encaixa
A alma encharca e fecha
Parca de querer ter esperança

Seja o primeiro a comentar

prática sonho teoria © 2008 Template by Dicas Blogger.

TOPO