quinta-feira, 19 de abril de 2007

Posso escrever para ter
O teu rosto posto abaixo
Desta mesa.
Posso gritar palavras sem falar
Fazer-te sentir no texto
Toda a certeza.

Mas eu não quero mais
Escrever com o pretexto
De haver uma vela acesa.

Não te quero a sentir nada
Quero-te a não sentir nada,
A ver a estrada parada da vida,
Essa outra história repetida
Vezes sem conta...

Vê: a consciência estava na montra;
Agora está partida.

E ela está algures na estrada,
Por aí, à solta, noutros braços.
Os deuses morreram todos,
Há demasiadas pegadas
E poucos passos.

E ninguém sabe onde
Fica o final.
Perdeu-se o fim, paciência,
Ninguém o esconde,
Está em todos essa total
Consciência.

1 Comentário:

Anónimo disse...

Só mesmo para dizer, que venho cá frequentemente... já faz parte da minha leitura.

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