quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Mas tu não estás
Mas tu não és
Amor de morte e de razão
Perspicácia do tactear óbvio das pontas

Para não perder o que vi
E sonhei ter
Roubei do que é teu
Para teres de regressar
E me enfrentar por entre a escuridão da porta

Ver-te regressar assim já morta para mim
Mas regressar
Significado humano, ilusão detestável razão

O que os olhos vêem é o teu regresso
(mais longe ela ficou, para nunca voltar mesmo)
Os meus olhos vêem que tu voltaste
(mas não és tu quem eu queria, não assim)
Tu, sim, reconheço os teus traços
(quem és tu que bate agora à minha porta?)
Aqui estás, abraça-me
(abraço falso não-abraço de um corpo frio)
És quem aqui está, deixa-me aquecer-te os braços frios
(abre os olhos, ela está morta, tu mataste-a)
Vá, meu amor, fala-me. Onde está o teu sorriso?
(o único sorriso que transparece é a ruga defunta dos espasmos da alma)
Onde está o teu odor de primavera?
(putrefacção da alma que se mudou)
Porque foges? Porque partes? Porque levas contigo o que é nosso?
(é só dela... só dela)

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