terça-feira, 18 de abril de 2006

Abre-se a cada segundo em mim
Como uma fenda na terra do fim
Fecha-se a cada segundo
a voz
E engole o mundo
a fundo
a cruz

O paraíso descobre-se no encobrimento
De um tempo que morre que vem e não há
No espaço do vento que sopra mas não vá
Levar-me à distância da irrespirável ausência

És numa palavra tu
És a que vem encoberta
És a que esconde
A que abafa
E deixas a porta aberta

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