segunda-feira, 28 de maio de 2007

I

Amada a tua alma e o teu corpo
desejado como o magnetismo dos astros,
Revela-se na súbita colisão dos lábios
A súbdita implosão do nosso instinto

Convergindo, ao topo perfeito dos teus ombros,
O cume transparente do espírito e da força.
Os teus cabelos, cortinas da razão
lavada no suor dos nossos poros,

Sou teu escudo no teu dorso ancorado,
Colar de pérolas pendente em teu pescoço

que como uma serpente se estrangula nos teus seios
E percorre o teu ventre sibilando
à pele macia e tépida a rudeza
doutros desertos de areias tão paradas.

II

Os teus dedos sulcam a minha carne, desejando
os meus lábios perscrutando a tua pele
nas tuas pernas que escalo lentamente,
Lambendo terra fértil sinto, ouço,
Um vulcão penetrantemente palpitante.

Separo o teu ser até ao centro
E deixo confluir do nosso corpo
A nossa erupção, flamejante e simultânea,
De uma natureza divina e subterrânea.

III

À superfície do teu olhar está espelhado
o amor deste mar em que mergulhas.
No teu arfar ainda o passo desta dança.
A maresia e o suar e a calmaria
e a lava que a teus pés solidifica,

em sorrisos abraçados nasce um dia
E em dois seres um amor fica.

Seja o primeiro a comentar

prática sonho teoria © 2008 Template by Dicas Blogger.

TOPO