sexta-feira, 19 de maio de 2006

Estou na espera. Na espera de esperar, que desespera, o ponto do encontro da ironia e do tempo. A afirmação lenta e indelével do espelhamento do espaço. A luta do nada contra o tudo. Força do vazio e do silêncio que na melodia do tempo que esvazia, enche de um poder de querer, cíclico e autónomo do ser, ver: um ver que sabe, na imobilidade, ter a força dos astros, dos deuses, e da pedra, que sabe ser o poder na mão da revolta ou o tropeçar fatal para o abismo, e sempre disfarça inofensiva o rosto irónico, de quem dá ao homem a escolha do carácter, da acção de a apertar na mão e romper a janela do mundo, ou a fatalidade risível de nela se encontrar o fim: o ricochete na parede onde não foi plantada uma janela: o acaso.

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