quarta-feira, 3 de maio de 2006


Da janela do meu quarto
Vejo um mundo, exterior, infernal,
Velocidades que rompem o asfalto
Fecho os olhos com a janela aberta
(Desperta! Desperta que algo aconteceu
no segundo em que te viras-te para dentro
com a janela aberta.)
Descubro o que deixei a descoberto:
Foi o tempo de nada e do que sou.

Nada do que está exposto importa,
São séculos vazios, preenchidos
Por ecos de heróis, todos vencidos,
Pelo chiar de uma porta bem fechada.

(Um pé se apoia no areal,
algo brilha no seu olhar, frio e fatal.
É o hedonismo que virá e nada evita
levanta-se o lutador, suado, e grita:

“Todo este sangue é o derrame do passado,
que verte para o balde do futuro!”)
Na sombra deste homem, destacado
Surge o mais claro sentido d’obscuro.

Algo adormecido está no brilho
Que não raia na profundeza, prolongada
Fina e lisa linha contínua do caminho,
Que alimenta a força da caminhada.

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