quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Parem de mexer na minha cabeça, de redefinir os contornos, de me culparem do eterno retorno, apenas o universo traz consigo a esperança.

Sinal recebo 3 2 1 jogar lembras-te de jogar quando ainda jogavas a essas coisas que contigo toda a gente jogava e passavam-se horas e horas dias e meses e no final de contas foram anos tantos anos em que o entretenimento eras tu e só tu e nem uma fotografia de ti tenho afinal nem existias nem sequer estavas dentro de mim eras qualquer coisa que aparecia no ar e se inalava pelo nariz tudo tudo tudo quis ser para nao voltar a sê-lo e assim nem valeu a pena excepto claro se a alma não é pequena sempre pensei ser grande gigante e parece que sou mas também sou um anão preso aqui na terra como todos e tudo sem excepção temos sonhos e queremos sonhar e metades deles já nem nos lembramos já nem fazem parte de nada nem da nossa história nem da maneira como as pessoas se vão lembrar de nós nós que fomos tudo e já nada somos para voltar a ser o tudo de outro mundo qualquer vamos e voltamos sempre e esta viagem constante nesta redundância enjoa-me e vomito tudo se contorce em mim tudo fica baço tudo tudo deixa de fazer qualquer espécie de sentido excepto o estar existindo neste segundo os braços adormecem e eu mordo-me no escuro em pânico sem saber que o sangue volta porque o coração não pára e quando parar também será porque já não faz falta nenhuma sei que estou aqui para algo mas para que estou eu aqui se sinto que nao que deveria estar sempre a caminho de outro local de outro eu sempre a mudar em evolução mas volto sempre ao mesmo ponto estou num círculo em que todos estamos e só eu o reconheço só eu sei que já estivemos aqui e que é para aqui que vamos voltar só eu sei as palavras que são ditas só eu sei os gestos que são feitos só eu sinto na minha espinha o arrepio de cada movimento tão belo e então entro em êxtase na volúpia do arquétipo da engrenagem da vida humana ou se calhar mais que isso somos como somos e a vida são frases todas juntas sem sentido para o mundo mas quando as olhamos melhor elas têm toda a verdade que existe no mundo nao quero mas tudo se passa assim não posso lutar contra algo que é mais forte que eu porque esse algo mais forte que eu sou eu e não posso lutar contra mim princípio do fim como eu detesto que seja não não fui eu que escolhi tudo já chegou aqui neste estado não tenho culpa de nada o que vai girando nem do que os ventos vão semeando na terra sou um mero espectador ora entre o dentro e o fora hora a hora segundo a segundo bate algo no fundo de tudo obrigado talvez não seja suficiente pois não passa de uma palavra mas não tenho nem nunca tive nada mais que palavras excepto talvez o gesto de te abraçar e o esboço de um sorriso e uma ou outra vez em que realmente ouvi o que disseste fosse em surdina ou em gritos imperceptíveis eu amo e odeio crio e destruo e não altero nada pois tudo tudo tudo volta ao mesmo.

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