terça-feira, 1 de abril de 2003

Alem

As minhas mãos tremem
Tremem as mãos mas ideias conseguem
Pôr cabeças a voar pelo ar que ofereço
Despedem-se do corpo como o sol do dia
Mas estão certas do regresso
Porque não há separação entre realidade e fantasia

Não preciso que me digam, que curtem o que faço,o que digo quando traço, a rima com que
desfaço, a poesia num só pedaço. Ponho as cabeças a voar pelo ar que ofereço.

Sem tema nem lema,
apenas o dilema que é a solidão.
Momentos em que vou bem, noutros não.

Um gesto, uma expressão,
uma certeza, uma sensação,
uma esperança, uma ilusão.

A confiança nunca causa destruição.
A ambição é o veneno do coração, é o pecado.
No certo e no errado, na balança da confiança,
os pesos são sentimentos, ilesos só os momentos já vividos,
nunca esquecidos, pois são a base do nosso presente,
imbuídos no nosso inconsciente.

Além da realidade, atingimos outros cimos.
Além do que captamos, vamos ao que sentimos.
Além da poesia, além do poeta, o sentimento que inspira,
o momento expira, e a mente delira, até que a verdade se adquira.

Pessoas que nos rodeiam,
ódios que nos odeiam,
medos que nos receiam,
amigos que nos falseiam.

Concretizo o abstracto,
abstraio-me do concreto,
o intelecto é um filho bastardo,
o afecto é um fardo que carregamos,
pelos caminhos da vida,
as pessoas a quem os entregamos
são um penso para a ferida do tempo,
são um incêndio ao vento,
transformam-se no espelho que enfrento,
são o tudo no nada,
são os raids da estrada,
são as fadas das noites sem luas,
onde as palavras, são tudo, pois não há sombras…
Além do mundo das aparências,
no fundo de todas as consciências,
está um deus mortal,
estão os céus da moral,
mas não as conseguimos ver,
por causa das nuvens do real.

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