terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Lembro como se fosse hoje
De te ouvir que o tempo foge.
E fugiu.
Que a vida é arte
E todo o que dela fez parte
Partiu.

Então eu desço
Pela sombra, pela escura
À procura da negrura
O que não esqueço

Então eu vou
E agora sou
O que fui!
Vejo-me aqui
Vejo-me em ti
E quanto dói...

Tanto, tanto pensamento que sei
Acaba, agora é tudo para ser nada
Mais alta é só por si a Lei
Que tudo finda – excepto a estrada

Por isso caminho, simplesmente
Sendo já só cinzas que caminham
Sopro no oco que é a mente:
Sonhos que realidades tinham.

Dá valor ao teu ser, em ti, tu
E ao amor, em si, nu
Que a vida acaba, em nada, a cru
Nesta estrada, tudo acaba - também tu

E também tu.

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