terça-feira, 26 de abril de 2005

Multilateral, Indizível



Estou cada vez mais para lá
Daquilo que estou á procura
Mas então se não é cura
Nem corpo nem mente doente
Então o que procurará
Cada poeta insistente?

Cada poeta é demente
Cada gota é loucura
A seta lançada em noite escura
Será o ditar de um fado?
Será o voar da mente?
É simplesmente outro lado.

Mas se tudo é bilateral
Então o poeta desassossega
Sobressalto do tacto de alma cega
Abre a dimensão invisível
Solta a tinta ao multilateral
E escreve o mundo indizível

( Foto: © Escher, Relativity )

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