E ser visto é ser
Até me vieram os olhos às lágrimas
E tive então, tristemente, uma visão
De um futuro ou passado, talvez imaginação.
Quando me vieram os olhos às lágrimas
O mundo todo foi só o que se via,
E, do que não se via
Depois disso, um precipício principia.
Com os olhos nas lágrimas vi:
A vida é do tamanho de um gesto
E nesse momento somos só um rosto.
Assim, de olhos nas lágrimas, senti
Que aquilo que fazemos aqui
É ver. E ver é viver.
E ser visto é ser.
(© Robert Doisneau, Le Baiser de l'Hôtel de VIlle, 1950)
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